Alguns dias da estréia e ainda continuo me perguntando sobre que caminho seguir na iterpretação de Don Pablo. Relí alguns trechos da auto-biografia de Brando - "Canções Que Minha Mãe Me Ensinou" - e achei alguns trechos interessantes deste cara que diz nunca ter sido contaminado pelo "vírus do ator": "...para mim sempre foi apenas um meio de ganhar a vida". Sua maneira prosaica é divertida e me agrada como ele dessacraliza a profissão do ator:
"...uma das características básicas da psique humana é o fato de se curvar facilmente à sugestão. A nossa suscetibilidade a ela é fenomenal, e a tarefa do ator é manipular essa sugestionabilidade. (...) Se a história é bem escrita e o ator não atrapalha , o processo é natural."
Claro que não era fácil nem para ele, mas com certeza ele achou uma maneira bastante eficiente de desempenhar bem a profissão.
Dei também uma olhada no programa de "Avarento" quando fiquei sabendo da morte de Paulo Autran. Não gostei da montagem apesar do bom elenco e do belo cenário e figurino, achei que o Paulo não tinha a força, a energia física que o Harpagon pedia. Cheguei a ter dó dele pelo menos em dois momentos: quando ele vai dar uma "surra" em um personagem jovem e quase cai e em uma transição de cena em que apagam-se as luzes e ele só não se estabaca todo por que em vez de sair de cena os outros atores é que entram e ele fica imóvel. Hoje é que fui saber que durante este espetáculo ele já estava fazendo rádio e quimio terapia para tratar um cancer no pulmão.
Dois grandes atores, dois grandes profissionais. Terão muito assunto!
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